e ficou ainda uma última palavra
dependurada nos lábios
a pobre palavra, se agarrava com toda força nos últimos fios de cabelo
seus dedos quase escorregavam, mas ela então se segurava com mais força ainda
e não se deixava cair
não se deixava falar
calava-se
foi então que a boca percebendo o desespero da palavra
a engoliu com toda ânsia de a manter protegida
e agora a palavra enfim descanssava em paz
em algum cantinho, entre os dentes ou atrás da língua
ficava ali, maturando, pra quando enfim estivesse realmente pronta pra ser dita
Xeque-mate no colonialismo português
Hace 6 horas
2 comentarios:
muito bom! é seu?
Seria um dos melhores filmes se você levar este poema para um roteiro.
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